Não lembro com clareza o que vivi como aluna. Posso dizer que os professores com quem estabeleci maior vínculo fizeram muita diferença na minha vida escolar e, muitas vezes, conseguiram despertar em mim interesses que eu mesma achava que não tinha.
Muitas vezes me vi diante de grandes desafios e esses professores me encorajaram e me fizeram perceber que era capaz. O fato de acreditarem em mim, e investirem nos pontos em que eu achava ter maior dificuldade, foi essencial para que eu crescesse não só como aluna, mas como pessoa.
Hoje, como educadora, sei que todos são capazes! Cada um no seu ritmo, com suas habilidades e especificidades. Acredito que a diversidade no grupo faz com que o resultado do trabalho pedagógico seja ainda mais encantador. É como num coral! Cada um com seu timbre de voz, assumindo diferentes posições (soprano, contralto, baixo, tenor) para que, ao final, a música seja apresentada com harmonia. É bem verdade que os muitos ensaios são fundamentais, mas aos poucos tudo se organiza e se estabelece. O que não vale é desistir quando desafinar!
No decorrer dos meus anos de experiência docente pude perceber claramente o quanto a relação professor-aluno é fundamental e o quanto exerce poder na vida do estudante. Poder esse que pode ser canalizado tanto para o progresso do aprendiz quanto para o seu fracasso, dependendo do olhar e da escuta do professor.
O importante é não deixar que os desprazeres e desapontamentos que encontramos na trajetória educativa sufoquem sonhos e impeçam educadores de caminharem rumo à mediação, parceria e formação de outros nos percursos de aprendizagens.
Investir no desejo de aprender torna-se algo essencial quando o objetivo é inspirar pessoas na busca por trajetórias de sucesso, sem que o encantamento se perca pelo caminho.