Diga não aos rótulos

diga-nao-aos-rotulosVivemos num momento histórico em que a cultura impõe condições de vida, e quem não se enquadra nos padrões estabelecidos socialmente corre o risco de ser rotulado.
A busca por rótulos é algo muito presente na atualidade e o rótulo não permite trabalho para compreendê-lo, já está posto/definido. Atualmente, temos novos sintomas, novos laços sociais, novos agrupamentos familiares, e o sujeito pós-moderno encontra muita dificuldade para ser reconhecido e para ser autor (autônomo, responsável, livre). A cultura, em seu sentido mais amplo, incluindo também o âmbito familiar, produz o sintoma e muitas vezes, na intenção de aliviar a dor, opta pela medicalização.
Um dos compromissos do psicopedagogo é fazer com que o sujeito se implique/se responsabilize (com o que é da ordem da aprendizagem) pelo que está fazendo e não fazer com que ele aprenda ou se “enquadre” nos padrões impostos pela escola.
Nesse sentido, é importante pensar em intervenções psicopedagógicas criativas e não convencionais para que o sujeito, com sua produção, possa se sentir inserido socialmente, com suas particularidades e qualidades, estabelecendo, dessa forma, sua autoria.

“A autoria de pensamento é condição para a autonomia da pessoa e, por sua vez, a autonomia favorece a autoria de pensar. À medida que alguém se torna autor, poderá conseguir o mínimo de autonomia.
Hoje, mais que nunca, faz-se imprescindível recuperar a alegria como modo de estabelecer espaços onde a autoria de pensamento possa tornar-se forte”. (Fernández, 2001A, P. 91 e 123)

Tirar o sujeito do lugar de portadores de uma doença para que se sinta capaz e motivado a trilhar os caminhos da aprendizagem de maneira confiante, é mais um grande desafio para os psicopedagogos que se propuseram a lutar em favor do resgate pelo desejo de aprender, perdido em algum momento da vida.