Acredito que a aprendizagem está ligada ao desejo, que nos mobiliza e nos impulsiona nas diferentes instâncias da vida. Para que o sujeito aja de forma ativa diante das situações de aprendizagens, e consiga depositar atenção voluntária ao que será ensinado, torna-se fundamental despertar esse desejo.
A intervenção psicopedagógica, se atentando para o desenvolvimento do sujeito desde a sua concepção, pode auxiliar no resgate do desejo de aprender ao olhar para o sintoma como um quadro provisório e para o momento como uma fratura do processo de desenvolvimento e aprendizado.
De acordo com Sara Paín (1992), o objetivo da Psicopedagogia é devolver ao sujeito o anseio por saber, pois em algum lugar ele o perdeu. Se o sujeito desejar aprender, possivelmente estará mais disponível para lutar e buscar soluções no caso de surgir algum problema de aprendizagem durante o processo.
Acredito, verdadeiramente, que a Psicopedagogia entra em campo para atuar valorizando o que o sujeito é capaz e incentivando-o na busca por soluções para o possível problema.
A aprendizagem humana, e os problemas que ocorrem neste processo, são pontos de partida essenciais na atuação do psicopedagogo, que não pode abrir mão das contribuições de diferentes áreas do conhecimento como a Filosofia, Pedagogia, Psicologia, Neuropsicologia, que fornecem meios para refletir e operar no campo psicopedagógico.
Olhar para o sujeito de maneira singular, compreender o que acontece com ele e buscar soluções para ajudá-lo, são iniciativas imprescindíveis na atuação desse profissional.
O vínculo entre o psicopedagogo e seu paciente, uma vez estabelecido, abre caminhos na busca por soluções dos problemas apresentados.

“Como estuda as relações que se dão quando se está adquirindo o conhecimento, a Psicopedagogia estuda, também, o vínculo com a aprendizagem de cada sujeito singular, as significações que transversalizam o aprender, objetivando dar uma contribuição para que a prática educativa social esteja em constante reformulação, ao mesmo tempo em que ressignifica atitudes pessoais na sua subjetividade. A Psicopedagogia continuará a se modificar, seguindo seu caminho e se construindo onde quer que exista um sujeito em aprendizagem”.
(GRIZ, 2004, p. 58)